A Voepass afirmou na manhã desta terça-feira (11/03) que irá demonstrar a capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos nos voos. O comunicado foi divulgado depois de a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspender as operações da companhia aérea a partir desta terça-feira (11) por falta de segurança.
Na nota, a Voepass diz que já iniciou tratativas internas para reverter a decisão da Anac.
"A Voepass Linhas Aéreas informa que recebeu a notificação da Anac de suspensão de sua operação e iniciou as tratativas internas para demonstrar, conforme solicitado, sua capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora. A Voepass reitera que sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança", diz nota.
Ainda de acordo com a companhia, a suspensão traz um "impacto imensurável para milhares de brasileiros" e que, por isso, "colocará todos seus esforços para retomar a operação o mais breve possível".
Segundo a Anac, a suspensão é em caráter cautelar e vai vigorar até que a companhia "comprove a correção de não conformidades relacionadas ao sistema de gestão previstas em regulamentos".
"A Anac determinou a suspensão das operações da empresa até que seja evidenciada a retomada de sua capacidade de garantir o nível de segurança previsto nos regulamentos vigentes", disse em nota.
A orientação da Anac aos passageiros afetados pelo cancelamento de voos da Voepass é para que procurem a empresa ou agência de viagem responsável pela venda da passagem para conseguir o reembolso ou reacomodação em outras companhias.
'Degradação da eficiência' após tragédia
A Voepass é formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas, e tem sede em Ribeirão Preto (SP). A companhia conta atualmente com seis aeronaves, e a operação inclui 15 localidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento.
De acordo com a agência, após o acidente aéreo de agosto do ano passado em Vinhedo (SP), que matou 62 pessoas, houve a implantação de uma operação assistida de fiscalização nas instalações da companhia aérea.
Com isso, servidores estiveram nas bases de operação e manutenção da Voepass para verificar as condições necessárias para garantir nível adequado de segurança nas operações aéreas.
"Em outubro de 2024, foram exigidas pela Anac medidas como redução da malha, aumento do tempo de solo das aeronaves com vistas à manutenção, troca de administradores e execução do plano de ações para as correções das irregularidades", explicou a Anac.
No entanto, segundo a agência, no fim do mês passado, uma nova rodada de auditorias identificou a "degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência".
"Além disso, foi constatada a reincidência de irregularidades apontadas e consideradas sanadas pela agência nas ações de vigilância e fiscalização anteriores e a falta de efetividade do plano de ações corretivas. Ocorreu, assim, uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea", apontou a Anac.
O Ministério de Portos e Aeroportos, por sua vez, afirmou que acompanhou as auditorias da Anac e que a medida cautelar visa solicitar à empresa que melhore a governança e fortaleça a segurança dos voos.
Fonte: g1
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